quinta-feira, 26 de junho de 2008

Aporá: Casamento da Maria 2008

Aporá: Casamento da Maria 2008

Esse ganhou o meu troféu... Que figura é essa? Professor Albergaria diria: "é o espírito da esculhambação transfigurado em gente". kakakaka

Aporá: Casamento da Maria 2008

Aporá: Casamento da Maria 2008

Aporá: Casamento da Maria 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Por falar em Casamento da Maria...


Gostaria de fazer uma homenagem a esse caboclo tirado a meditador, ai da foto. Trata-se de Jairo Pinto, o homem do fusca verde, violeiro e cantador das coisas do mato.

Tio Jairinho é uma pessoa de alta importância para mim. Boas, mais muito boas, lembranças me são herdadas desse cabra. Tenho certeza que meu gosto por cultura popular é fruto das muitas cantorias e ensinamentos ao pé dos fogões de vó Cantídia e Dna Julinha.

Sinto saudades daqueles tempos, tio, mas sei que devemos caminhar no chão batido, levantando poeira e semeando a boa semente da paixão pelo nosso “terreiro brasilis” e sua gente ímpar.

Obrigado, mestre!

Especial: Casamento da Maria em Aporá - 2008

A festa deixou a desejar quanto às tradições que existem dentro da própria tradição do Casamento da Maria. Não se pode apenas caminhar ao som de “batidas” estridentes “creuzitanas” e “pisada(inhas)".

A festa tem um caráter comunitário de participação intensiva tanto dos que estão diretamente acompanhando o casamento, quanto dos que apenas assistem.

A tradição aponta para alguns quesitos que devem ser observados:

- O cortejo deve ser feito A PÉ (carros e motos não devem fazer parte do cortejo, pois cada um coloca um som diferente – e estridente –, poluindo ainda mais o ambiente, além de poder causar acidentes);

- SANFONA, SABUMBA E TRIÂNGULO. Precisa dizer mis alguma coisa? Eu digo assim mesmo! Nada contra aos trios, jegues e afins elétricos, mas é inegável que essa festa tornou-se tradição justamente por fugir à regra de todas as outras;

- Eda, eda, eda, na casa de Leleta. Si, si, si, na Casa de Jessi. Tida, tida, tida, na Casa de Cantídia... ô dona da casa, por Nossa Senhora, dai-me o que beber, senão eu vou me embora... Como disse anteriormente, a participação popular é fundamental. Cantar esses coros significava que o licor e a comida eram por conta dos moradores por onde o cortejo passava. Como pagamento, fazíamos um arrasta-pé;

- Personagens. O noivo e a noiva, personagens centrais da festa, têm ter carisma, atitude, animação, irreverência e descontração.

Esses são apenas alguns pontos. No mais, ressaltar a lembrança e memórias daqueles que iniciaram essa festa seria de bom grado. No ano que vem, sairei do discurso...





















O sol se abrindo, a chuva caindo





Chove a chuva miudinha. É caída na ponta do meu chapéu. Nossa Senhora me livre que negro não vai pro céu. É mundo é bom!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O Crepúsculo da Lagoa do Aporá





Beber, cair e levantar

Por Danival Dias*
Durante a minha adolescência eu já estudava a noite. Toda a minha turma do ginásio do Colégio Polivalente de Camaçari foi estudar o nível médio (naquela época, segundo grau) no José de Freitas Mascarenhas a tarde e eu, como precisava trabalhar e havia sido aprovado no processo seletivo para ‘Menor Aprendiz’ do Banco do Brasil, então com 15 anos, fui para o São Thomaz de Cantuária fazer o curso Técnico em Contabilidade, onde fiquei de 1992 à 1994. Lembro-me até hoje do meu primeiro dia de aula, nos fundos do colégio, em salas improvisadas, feitas de madeira e telhas de amianto, que os alunos veteranos apelidaram de ‘galinheiro’. Logo depois fomos transferidos para uma extensão do São Thomaz, no então recém-construído Colégio Normal de Camaçari, que ficava ao lado, onde permanecemos nos dois anos seguintes, até retornarmos para concluir o terceiro ano no próprio São Thomaz.
No primeiro ano do curso técnico, com apenas 15 anos de idade, me sentia deslocado no meio de colegas bem mais velhos do que eu, pois estava longe dos que haviam estudado todo o ginásio, mas para minha sorte, meu desconforto terminou com a chegada para estudar comigo, do meu vizinho de infância e amigo/irmão, graças a Deus até hoje, Joselito dos Anjos Miranda Júnior, que tem a mesma idade que eu. Com o tempo e já familiarizado com o ambiente até então estranho, adquiri calorosas e queridas amizades, algumas das quais também mantenho até hoje. Saíamos da aula às 22:00 horas, do centro em direção ao Ponto Certo sempre caminhando (sim, transporte em Camaçari desde essa época era difícil), sem medo e relativamente tranqüilos, pois a violência naquela época era muitíssimo menor do que a de hoje (sim, em Camaçari até bem pouco tempo era possível andar pelas ruas após as 22:00 horas!).
Nesse ponto da leitura, muitos devem estar se perguntando o que o título deste texto (‘Beber cair e levantar’) tem a ver com o que escrevi até agora, mas eu explico, é que recentemente numa ‘manifestação’ estudantil que passou pela frente do meu local de trabalho, no centro da cidade, vi estudantes secundaristas com 15, 16 anos, atrás de um carro de som gritando palavra de ordem, dançando, cantando e... CONSUMINDO BEBIDA ALCOOLICA! Muitos também fumavam cigarros e outros já se encontravam num estado que nem deveriam saber o porquê de estarem ali... Vendo aqueles jovens, literalmente se auto-destruindo, não teve como não fazer um paralelo com o tempo que eu tinha a idade deles e já trabalhava e estudava a noite, numa época em que a oferta de cursos, trabalhos e estágios em Camaçari era quase nenhuma; as poucas (inclusive a oportunidade que tive para fazer o teste para o Banco do Brasil no qual fui aprovado) eram viabilizadas pela Casa da Criança e do Adolescente ou pela Secretaria de Ação Social, onde fiz o inimaginável para os jovens de hoje, curso de datilografia!
Na minha época, eu e meus colegas, pelo menos os que eram da mesma faixa etária (dos 15 aos 17 anos), jamais faltamos a aula para irmos a um bar; também nunca levamos bebida ou qualquer outro tipo de droga para dentro da escola e para falar a verdade, a primeira vez que me lembro de ter ingerido álcool (cerveja) em ‘grandes proporções’ como a turma do colégio anda fazendo hoje, eu já era maior de idade e já havia sido aprovado em primeiro lugar para a única vaga para da minha função, no concurso público do órgão em que trabalho até hoje; tinha apenas 18 anos! Para muitos, a bebida alcoólica que é lícita, mas também é DROGA, acaba sendo o trampolim para a maconha, cocaína, êxtase, crack e todo tipo de porcaria cujo consumo e toda sujeira que envolve sua produção e venda (tráfico) dizima famílias, mata pessoas, ceifa oportunidades e alicerça o clima de violência e insegurança que vivemos hoje em todo o país.
Recentemente me chamou à atenção a organização por jovens, em sua maioria, de uma ‘marcha’, pedindo a liberação de determinado tipo de DROGA e pesquisando descobri que o tal movimento possui site na internet onde eles sugerem seus ideais e até vendem camisetas e adesivos. Confesso que vibrei com a decisão da justiça em proibir a realização do evento em Salvador e outras cidades do país, afinal, por que não usar todo esse ‘poder de mobilização’ realizando as tais ‘marchas’, por exemplo, ‘pela moralização na política’, ‘contra o desvio de recursos públicos’, ‘contra o nepotismo no serviço público’, ‘pela redução da carga tributária’, ‘contra a prostituição infantil’, ‘para arrecadação de donativos às Obras Assistenciais de Irmã Dulce’? Fica aqui a minha sugestão!
Camaçari agora dispõe de CETEB (escola técnica estadual), CEFET (escola técnica federal), SENAI (escola técnica mantida pela indústria), UNEB (universidade estadual), CIEE e ANIMA (centros de intermediação para a contratação de estagiários de nível médio e superior), bolsa auxílio universitária mantida pela prefeitura, Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que dá acesso às bolsas de estudo do Governo Federal de até 100% do valor das mensalidades em faculdades particulares, além de ônibus gratuito para as faculdades de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho (CEFET), entre tantas outras benesses que não existiam para os estudantes secundaristas de pouco mais de 14 anos atrás...
Infelizmente, mesmo com todas as oportunidades à mão, ainda há uma parcela considerável de jovens que ao invés de ESTUDAR e TRABALHAR, parafraseando o título uma musica infame, que a despeito das pérolas produzidas por Luiz Gonzaga dizem ser forró, preferem e acham certo, ‘Beber, cair e levantar’.

( * ) Danival Dias é acadêmico do curso de Bacharelado em Direito, servidor público concursado do Governo do Estado da Bahia desde 1997 e contador de ‘causos’ e ‘piadas repetidas’ entre os amigos nas horas vagas. É colunista do jornal Camaçari Notícias e publica suas histórias (e estórias) periodicamente em www.tabica.blogspot.com e http://tabica.blog.terra.com.br, e-mail: danival.dias@gmail.com, MSN: daniborozinho@hotmail.com
Dona Val, minha mainha, meu exemplo.



Caio Cultura pensa que

Verdadeiramente não existem pessoas perfeitas ou desprovidas de loucuras!

Amo a vida, os lugares que andei, os que ainda hei de andar...
acredito no ser humano... acredito na amizade,
no bom sentimento sentido lá dentro,
na boa música,
na cultura da minha terra seca,
na velha sentada à esquina da casa caiada e velha,
no choro - às vezes raivoso.
Acredito que posso chegar - que terei dificuldades, mas que posso chegar.
Acredito no fora de moda, no que é velho, que não exprime valor a este século... a saga da terra, velha terra! Nova terra!

Não há terra nova sem o cultivo da semente em uma terra fértil e velha.

Visões de minha corrente Daniela

Em 2006, no meu aniversário, recebi o seguinte presente de minha amiga Daniela:

O que eu simples mulher Daniela
Poderei falar sobre o homem Caio

"Poeta, menino e sonhador
Romântico, cachaceiro e sedutor
Cantador de primeira
Dos geniais nordestinos
Gente porreta e de trato fino

Gingador do Porto da Barra
No braço tem berimbau
Na perna traz o rosto do poeta magistral
É quem te ilumina o caminho
E que com as musicas não se sente sozinho.

É guerreiro forte o Oxossi
Que sem medo segue adiante
Com bravura e valentia
Assim já dizia Maria...

quarta-feira, 18 de junho de 2008


Por JÂNIO FERREIRA SOARES

Se Luiz Gonzaga fosse vivo, provavelmente estaria amuado em algum canto do sertão do Araripe, decepcionado com o que estão fazendo com o ritmo em que ele era o maioral. O forró, essa deliciosa levada nordestina que é a melodia perfeita para escoltar esses dias de ternas fogueiras, coloridos balões e estrangeiras garoas, está sendo brutalmente desfigurado por essas bandas movidas a dançarinas de pernas grossas e cantores robotizados, que usam o tripé “cachaça, rapariga e gaia” para iludir milhares de jovens de que forró é isso. Deveriam ser processados por atentado aos nossos ouvidos.
Recentemente, o jornalista e escritor José Teles, crítico musical do Jornal do Commercio, de Recife, fez um ótimo artigo sobre o tema. Entre outras coisas, ele diz que esse tipo de música está tão massificada na cabeça da meninada, que está criando uma perigosa cultura entre eles, na qual mulher é sempre safada e descartável, cachaça é pra beber até cair e carro não é apenas meio de transporte, mas lotação pra encher de raparigas. Ele prossegue dizendo que quando um cantor de uma banda chega a uma praça pública e pergunta se tem “rapariga na platéia”, alguma coisa está fora da ordem. E o que mais o preocupa é que essa juventude, que tem a cabeça feita por esse tipo de música (música?!), brevemente vai tomar as rédeas do poder.
Ele está coberto de razão.
Eu cresci numa geração que foi moldada musicalmente pelas ondas do rádio. De Orlando Silva até o novíssimo som que vinha de Liverpool, nada escapava ao bom e velho Transglobe Philco, que trazia até o sertão baiano todas as novidades sonoras que rolavam pelo mundo.
Mas era o forró que predominava, tanto nas emissoras quanto no serviço de auto-falante de dona Nenê, que só vivia tocando Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino e que tais.
E só a partir dos anos 70 foi que o forró de duplo sentido começou a fazer sucesso, quando canções como Passei a noite procurando tu e Ele tá de olho é na butique dela estouraram no meio da garotada. Mas, comparadas com as de hoje, elas soam quase infantis.
Sinceramente, não sei até que ponto a música ajuda na formação de um garoto, nem no seu jeito de ser. Mas sei que ela o acompanhará pelo resto da vida. Como agora, quando vez ou outra eu me pego assoviando velhas canções juninas, como aquela em que Gonzagão pede ao seu amor para olhar pro céu só pra ver como ele está lindo.
Já essa turma que abre a mala do carro e obriga toda a vizinhança a ouvir alguém berrando que vai beber, cair e levantar me deixa bastante preocupado.
Não só pela qualidade das canções que eles levarão consigo, mas, principalmente, porque muitos seguem à risca esse horrível refrão e, depois de beber todas, saem dirigindo loucamente pelas ruas, correndo o risco de bater, cair e nunca mais se levantar. Definitivamente, isso nunca foi forró. Muito menos o seu propósito.

São Salvador, Bahia de São Salvador

A seguir, uma seqüência de retrados maravilhosos da nossa São Salvador, tirados pelo fotógrafo Nilton Souza:







Outros olhares já disseram:

São Salvador, Bahia de São Salvador
A terra de Nosso Senhor
Pedaço de terra que é meu
São Salvador, Bahia de São Salvador
A terra do branco mulato
A terra do preto doutor
São Salvador, Bahia de São Salvador
A terra do Nosso Senhor
Do Nosso Senhor do Bonfim
Oh Bahia, Bahia cidade de São Salvador
Bahia oh, Bahia, Bahia cidade de São Salvador
(Dorival Caymmi)

São Salvador, Bahia de São Salvador






terça-feira, 17 de junho de 2008

Fernando Pessoa


Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

Imagens do interior nordestino






Os bonecões





Bonecões de Utinga/BA